Sou cristão e creio na existência de um único Deus.
Todavia, nos últimos dias, tenho inchado por causa das centenas e milhares de
comentários de meus pseudos irmãos na fé. São conceitos e mais conceitos
discutidos de maneira incansável e infinita. No entanto, me pergunto qual a
contribuição destes para disseminação do poder de Deus. A contribuição para
aquela mãe, que chora por ver seu filho mergulhado nas drogas. A contribuição
para esposa do encarcerado, que não tem condições de suprir as necessidades
básicas de seus filhos e vive numa desesperança e angústia sem fim. A
contribuição para o pai, que há anos procura um trabalho para o sustento digno
do seu lar. A contribuição para o jovem, que sem esperança vê na morte a saída
para seus problemas. A contribuição para nossos irmãos perseguidos, que vivem
num país confessional e que odeia o cristianismo.
Não sou
contra a formação de opiniões, muito menos, contra o debate em prol da religião
e das crenças. No entanto, como cristão não compreendo essa necessidade de
provar com argumentos e conceitos a existência de um Deus que se revela na
práxis.
Com os ouvidos e coração inchado de tanto ouvir as
ideologias das crenças, lembro-me do seguinte texto: O fariseu posto em
pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não
sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como
este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto
ganho. (Lucas 18:11-12)
Penso que a motivação de tudo
isso, não passa de um desejo infame de desmoralizar e menosprezar as diversas
crenças existentes e seus fiéis. Não passa de uma egocêntrica perspectiva da
verdade e de uma elevada arrogância religiosa, ou seja, qual religião é a
melhor ou qual é a verdade.
De fato, é insuportável ver e
ouvir fariseus audaciosos que ilusoriamente estão sentados no trono de Deus, e
dele proferem os mais escrupulosos julgamentos em relação ao próximo e suas
crenças.
Sendo cristão e querendo
servir e seguir o Cristo da práxis, creio ser preciso viver o que foi dito por
alguém um dia “pregue o evangelho, se
necessário, use palavras”.
Seminarista Marcelo H. Romeu
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