“És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o
poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado?” (Jo.
4.12)
No evangelho de
João há o conhecido diálogo de Jesus com a mulher samaritana. Este é mais um
texto, dentre muitos nesse evangelho, que evocam a dimensão divina de Jesus.
Contudo, é também um texto que nos apresenta certas tradições implícitas na
cultura judaica.
Especificamente, o
versículo 12, enfatiza a forte tradição de Jacó. Este foi o patriarca, da qual
se originaram as doze tribos de Israel. Sendo assim, esta tradição era algo
usual entre judeus e samaritanos, quando se tratando de enfatizar a identidade
e a espiritualidade.
Neste diálogo, a
ousada pergunta da mulher samaritana, dirigida a Jesus, permite-nos afirmar que
Jacó era tido como um homem grande, até mesmo com traços messiânicos, pois foi
ele quem providenciou aos seus descendentes o poço do qual retiravam água para sobrevivência.
Por outro lado, também nos permite afirmar que esta samaritana
estava enclausurada pelas expectativas e esperanças do passado, isto é, sua
espiritualidade e fé eram fundamentadas e alimentadas na pessoa de Jacó. Por
isto a pergunta: “És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos
deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado?”
A partir desta
ousada pergunta da mulher samaritana, tomamos conhecimento de algumas verdades essenciais
para nossa caminhada cristã e, especialmente, para nossa caminhada nesse novo
ano. São elas:
·
Jesus é superior a qualquer
tradição ou religião, pois é uma realidade presente.
·
Jesus é o único que preenche o vazio
existencial da humanidade, pois ele é a única fonte de água viva e quem dele
beber jamais voltará a ter sede.
·
Jesus é a água que ao bebermos será
uma fonte a jorrar para a vida eterna.
Que em 2015 abandonemos as fontes extraordinárias que nos
alimentam superficialmente e que a nossa fé, a nossa esperança e a nossa adoração,
seja ao dono da fonte de água viva e, sobretudo, ao Senhor da criação.